O que parece é que estou preparado para dizer Sim.
Sim para sair de mãos dadas pelos caminhos, mesmo sem saber ao certo onde eles vão dar. Sim para encarar a madrugada e ver o dia amanhecer, sem que o cansaço tome conta do meu corpo. Sim para repensar o passado, descobrindo suas marcas nas areias de mim. Sim para escrever um texto feliz, desleixado e torto, bobinho e afirmativo. Sim para morder a outra metade da laranja, deixando que o caldo me lambuze o resto. Sim para encarar meus medos. Sim para lidar com as angústias. Sim para deixar angústias e medos para trás. Sim para viver um dia de cada vez, fazendo do presente meu futuro. Sim para rir de uma piada nova. Sim para rir de uma piada velha. Sim para rir pela décima vez de uma piada velha como se ela fosse uma piada novíssima. Sim também para não rir quando a piada não tem graça. Sim para deixar a vida tomar conta de mim, mesmo sabendo que a morte pode estar perto. Sim para “a casa limpa, a mesa posta, com cada coisa em seu lugar”. Sim para meus filhos, que são minha morada mais definitiva. Da mesma maneira, sim para meu texto. Sim para a moça que tira montanhas brancas das minhas costas. Sim para meu gozo alucinado e perdido, seja ele fácil ou difícil. Sim para as lagartixas na parede, os carrapatos debaixo do braço, os cachorrinhos que se lambem. Sim para o dia em que a vida soprou tão forte que até a pedra se moveu. Sim para o dia em a que pedra vai soprar o vento. Sim para minhas asas voando pelo azul. Um sim vermelho de paixão e verde de esperança. Sim de novo para os sorvetes, mesmo que eles tenham quer diets. Sim para os pés sujos de terra. Sim para os grilos e sapos que não me deixam dormir. Sim para o corpo lúcido que está a meu lado e também não me deixa dormir. Sim para as histórias que meu pai contava. Sim para as lágrimas que já chorei. Sim para as gargalhadas que ainda vou dar. Sim para tudo o que enternece e comove e faz rir ou chorar. Sim para o menino que tenho em mim. Sim para o homem que tem aquele menino. Sim pras esposas e pras putas, pros grosseiros e pros delicados, pras pretas e pras brancas, verdes e azuis, pros santos e pecadores. Sim para Joões, Marias, Antonios, Manuéis, Dulces, Carlos, Domingos, Vinícius, Ruths, Coelis, Isabéis, Denises, Marianas, Carolinas, Déboras, Silvias, Lucianas, Pedros, Rafaéis, Fernandos, Yaras, Carmens, Eugênios, Alices, Anas. Sim para os fantasmas que rondam minha cabeceira. Sim para a mulher que dorme e goza comigo. Sim para as alianças. Sim para a tolerância. Sim, oui, sí, yes, ja, evet, da, bai. Sim em todos os idiomas. Sim para o amor. Um sim definitivo para o amor.
E Sim, sobretudo, para a minha vontade de dizer Sim.
Sim para sair de mãos dadas pelos caminhos, mesmo sem saber ao certo onde eles vão dar. Sim para encarar a madrugada e ver o dia amanhecer, sem que o cansaço tome conta do meu corpo. Sim para repensar o passado, descobrindo suas marcas nas areias de mim. Sim para escrever um texto feliz, desleixado e torto, bobinho e afirmativo. Sim para morder a outra metade da laranja, deixando que o caldo me lambuze o resto. Sim para encarar meus medos. Sim para lidar com as angústias. Sim para deixar angústias e medos para trás. Sim para viver um dia de cada vez, fazendo do presente meu futuro. Sim para rir de uma piada nova. Sim para rir de uma piada velha. Sim para rir pela décima vez de uma piada velha como se ela fosse uma piada novíssima. Sim também para não rir quando a piada não tem graça. Sim para deixar a vida tomar conta de mim, mesmo sabendo que a morte pode estar perto. Sim para “a casa limpa, a mesa posta, com cada coisa em seu lugar”. Sim para meus filhos, que são minha morada mais definitiva. Da mesma maneira, sim para meu texto. Sim para a moça que tira montanhas brancas das minhas costas. Sim para meu gozo alucinado e perdido, seja ele fácil ou difícil. Sim para as lagartixas na parede, os carrapatos debaixo do braço, os cachorrinhos que se lambem. Sim para o dia em que a vida soprou tão forte que até a pedra se moveu. Sim para o dia em a que pedra vai soprar o vento. Sim para minhas asas voando pelo azul. Um sim vermelho de paixão e verde de esperança. Sim de novo para os sorvetes, mesmo que eles tenham quer diets. Sim para os pés sujos de terra. Sim para os grilos e sapos que não me deixam dormir. Sim para o corpo lúcido que está a meu lado e também não me deixa dormir. Sim para as histórias que meu pai contava. Sim para as lágrimas que já chorei. Sim para as gargalhadas que ainda vou dar. Sim para tudo o que enternece e comove e faz rir ou chorar. Sim para o menino que tenho em mim. Sim para o homem que tem aquele menino. Sim pras esposas e pras putas, pros grosseiros e pros delicados, pras pretas e pras brancas, verdes e azuis, pros santos e pecadores. Sim para Joões, Marias, Antonios, Manuéis, Dulces, Carlos, Domingos, Vinícius, Ruths, Coelis, Isabéis, Denises, Marianas, Carolinas, Déboras, Silvias, Lucianas, Pedros, Rafaéis, Fernandos, Yaras, Carmens, Eugênios, Alices, Anas. Sim para os fantasmas que rondam minha cabeceira. Sim para a mulher que dorme e goza comigo. Sim para as alianças. Sim para a tolerância. Sim, oui, sí, yes, ja, evet, da, bai. Sim em todos os idiomas. Sim para o amor. Um sim definitivo para o amor.
E Sim, sobretudo, para a minha vontade de dizer Sim.
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