Murilo Mendes
Não tendo podido te criar
Nem tendo sido criado por ti
Eu me vingo do destino enxertando-me no teu ser.
Jamais conseguirás te libertar de mim
Porque eu te sitiei com a chama do amor,
Porque rondei durante dias e noites o Coração de Deus
A fim de extrair dele o segredo da ternura.
Todos os que te olham pensam logo em mim,
Todos os que me olham pensam súbito em ti.
Eu sou tua cicatriz que nunca se há de fechar.
Eu te perseguirei até depois da minha morte
E virei a ti no murmúrio dos ventos, no lamento das ondas,
Na angústia e na alegria dos poetas meus sucessores,
Nas almas grandes limitadas pelo físico.
Sentado nas nuvens esternas eu te esperarei
E me nutrirei através dos tempos da nostalgia de ti.
terça-feira, setembro 27, 2005
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Um comentário:
Por isso aprecio nosso contato: tenho conhecido poesias "fodásticas" como essa aí q vc postou. Lindo.
Bom, estou comentando pq vc me disse que posso continuar ativa por aqui. Ainda me permite deixar uns comentários? Vou fingir que já me respondeu afirmativamente e te contarei uma coisa:
Hoje, pela primeira vez, imprimi uns textos do meu blog. A Tereza me pediu na última sessão, disse estar curiosa. Quando os li no papel, odiei! Até os meus favoritos ficaram péssimos no papel. Nem sei se diria péssimos, mas ficaram bem diferentes a ponto de eu mudar a visão sobre eles. E vc ainda imprimiu naquela vez...vixi! É engraçado essa coisa do suporte: descobri que escrevo é para a tela do computador mesmo e que aqueles textos lá não se encaixam ao papel. Acho que então só sei escrever para quem vai ler pelo monitor...só sei produzir textos do gênero "bloguístico". Bem, tem os jornalísticos também, mas para mim esses não contam. =)
Bom, é isso. Queria só comentar minha impressão (da impressão) contigo. Um beijo.
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